O nome ouro vem do latim Aurum.
O ouro é na realidade um elemento químico, cujo símbolo é Au, Formou-se no interior da terra há bilhões de anos: as minúsculas partículas auríferas liquidificadas emergem pela movimentação das placas subterrâneas, que expelem, sob pressão impulsionadora, formando veios. Tais veios são depositados onde a temperatura lhes é propícia à solidificação. São estes filões de ouro que chamamos jazidas primárias, locais onde primeiramente o ouro foi depositado durante a formação do planeta. Sua exploração é feita minerando-se diretamente no veio.
Com o resfriamento da crosta terrestre, os agentes de erosão entram em ação e transportam parte do ouro para outras localidades, formando as jazidas secundárias, também conhecidas como jazidas de aluvião.
Na extração de aluvião, o ouro encontra-se misturado ao cascalho, areia ou argila, nos depósitos formados junto às margens ou foz dos rios.
O Brasil teve o seu Ciclo do Ouro. Por volta de 1670, as cidades de Ouro Preto e Diamantina reservaram agradáveis surpresas aos bandeirantes Borba Gato e Fernão Dias Paes Leme. No leito dos rios o ouro aparecia como mágica. Era só lavar o cascalho do leito do rio, e o que restava era ouro. Lavouras foram abandonadas e a “febre do ouro” tomou conta.
Historiadores afirmam que o ouro que o Brasil exportou para Portugal, apenas em parte do século 18, equivale a 50% de todo o ouro produzido no mundo nos três séculos anteriores. E é igual à produção apurada em toda a América, de 1493 a 1850. Na segunda fase do ciclo do ouro, que durou até o século 19, o Brasil chegou a minerar 59% da produção mundial.
Com a queda da produção no Brasil, surgiram outros produtores. A ex-URSS, liderou a produção de 1923 a 1848. Em seguida houve a corrida do ouro na Califórnia e os norte-americanos assumiram a liderança, seguidos da Austrália. As jazidas da África do Sul foram descobertas em 1886, tornando o país o maior produtor até os dias de hoje.
De todo o ouro obtido ao longo de 6.000 anos, dois terços foram produzidos no século XX, com o advento das novas tecnologias para extração. As minas da África do Sul há homens buscando ouro na fantástica profundidade de quatro mil metros abaixo do nível do mar.
Os maiores produtores de ouro hoje são: África do Sul, Estados Unidos, Canadá, Austrália, ex-URSS, China, Indonésia, Peru, Papua Nova Guiné, Gana e Brasil.
Do total de ouro minerado, o consumo por seus diversos usos é aproximadamente o seguinte:
- Joalheria 85%
- Eletrônica 08%
- Dental 02%
- Usos Industriais 04%
- Medalhas e moedas 01%
Ouro Puro
O ouro puro (24 quilates) tem dureza de 2,5 a 3 na Escala de Mohs (graduação padrão de resistência ao risco dos materiais cuja variação vai de 1 a 10).
Desta forma, o ouro como é encontrado na natureza, tem pouca resistência a riscos e se usado em chapas mais finas, pode ser facilmente amassado ou perder sua forma com grande facilidade.
O ouro é um metal imutável, pode ser fundido com outros metais e refinado novamente sem perder nenhuma de suas características. As milhares de toneladas extraídas da terra até hoje já foram fundidas e refundidas. Ouro é ouro, não importa de que mina, como e quando foi extraído.
Não é corrosivo, não reage com a água, o ar ou com a maioria das substâncias corrosivas, mantendo-se inalterado à passagem do tempo. Quimicamente o ouro é inativo, propriedade esta que lhe dá o significado místico e poderoso que tem.
Tem o peso específico muito elevado (19,32 g/cm² a 20ºC). Isso significa que podemos armazenar muito ouro em pequenos espaços. Um cubo de ouro de 37,5cm de lado pesará mais de uma tonelada!
O ouro é um metal dúctil, maleável e flexível, podendo ser eduzido a finos fios sem se romper: com um grama de ouro pode-se fazer um fio de quase dois quilômetros. Conseguem-se lâminas de ouro com 1/10.000mm de espessura. Esse metal aceita ser moldado em qualquer formato, podendo ser trabalhado com os mais diversos instrumentos. Com o polimento adequado, fica brilhate como o sol.
Seu valor é reconhecido mundialmente (cotação internacional em Londres) e é proporcional ao peso.
Possui alta condutibilidade elétrica e térmica sendo usado me circuitos integrados e em fios mais finos que um fio de cabelo.
Ligas
Para que os trabalhos dos mestres ourives possam perdurar, o ouro utilizado em joalheria deve ter uma dureza maior e ficar mais resistente.
Para tanto, ele deve ser fundido com outros metais formando um metal mais duro e resistente a riscos, podendo ser trabalhado na espessura e forma conveniente.
Vários são os metais que podem ser usados nas ligas de ouro: prata, cobre, zinco, paládio e níquel.
A proporção dos metais misturados ao ouro é que dará o teor do ouro de uma jóia, isto é, quando dizemos que uma aliança é de ouro 18K ou 750, afirmamos que aquela jóia foi fabricada com 75% de ouro puro e 25% de outro metal (liga).
No ouro 24K as 24 partes são de ouro puro.
No ouro 18K temos 18 partes de ouro puro (parte colorida) e 6 partes de liga (parte branca).
No ouro 14K, muito comum nos Estados Unidos, a parte colorida ocupa apenas 14 espaços e a área branca 10 espaços.